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Diferente de crianças e/ou idosos abandonados, os animais não tem para onde ir, pois não existem orgãos que possam recolher animais. E o problema começa aí. As Unidades de Vigilância de Zoonoes, após passarem por uma reformulação, agora tem o foco voltado para atendimento clínico e conscientização da população, mas apenas se esse animais forem trazidos por um responsável, jamais um animal de rua.

 

E a situação é ainda pior: dos 184 municípios cearenses, apenas 8 possuem Unidade de Vigilância de Zoonose. E diferente da capital que conta com 6 endereços de Centros de Controle de Zoonose, no interior, o problema de animais abandonados também é diferente. Enquanto em Fortaleza os animais vagam sem nenhum rumo, no interior o que acontece é um tipo de “apadrinhamento”, onde as pessoas alimentam os animais, mas os deixam soltos pela cidade, sem nenhum tipo de responsabilidade sobre os bichinhos que crescem, se reproduzem e morrem. Esse problema vai muito além de qualquer controle de zoonose, ele está diretamente ligado a conscientização da população que precisa reconhecer e tomar posse da responsabilidade dos animais ou não.

Como não existe nenhum órgão responsável por isso, não há dados exatos sobre a quantidade de animais abandonados existentes no Ceará. Por isso, a questão de saúde pública é ainda pior: sem nenhum tipo de controle populacional os animais se multiplicam rapidamente, sem nenhum tutor responsável os animais contraem doenças e acabam por passá-las aos humanos. Além disso, não podemos esquecer que esses animais sentem fome, sede e dor. Logo, a situação de abandono remete também ao respeito à vida.

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O problema está lá para quem quiser ver: animais abandonados, de rua, vira-latas... Chame do que quiser, mas eles estão ali. Muitos deles não tem nenhum rumo de vida e ninguém para os ajudar, vivem expostos às diversas doenças e epidemias, podem apresentar sinais de subnutrição e estão sujeitos a atropelamentos e a maus tratos nas ruas de Fortaleza.

 

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Entrevista

Por: Amanda Ribeiro, Aryane Galdino, Maria Carolina Campos, Sabrina Mirla e Thomas Regueira

A CULPA NÃO É DELES

Uma das coisas mais problemáticas que os animais de rua podem trazer é a reprodução deles, como eles agem por instinto, acabam se reproduzindo desenfreadamente, com ninhadas que podem chegar até seis filhotes. Assim, cada vez mais o número de animais nessas situações aumenta e fica mais difícil ter controle e quem cuide desses bichos. A principal preocupação com esse fato é em relação às doenças que eles podem transmitir para o homem, como a raiva e o calazar, e na maioria das vezes esses animais não são vacinados.

Muito se tem feito para resolver esses problemas, tanto por parte do governo como de ações voluntárias, a ONG ABRACE cuida de cerca de 30 animais em um canil e mais outros que se encontram em abrigos temporários, e todos eles são mantidos a custo de cerca de uma dúzia de voluntários e contam com apoio de algumas clínicas que oferecem desconto no tratamento dos animais. Em relação às medidas públicas, o governo gastou … em campanhas de vacinação em massa de doenças como a raiva e leishmaniose e tem investido em hospitais veterinários, em Fortaleza temos o Hospital Veterinário Prof. Sylvio Barbosa Cardoso, localizado no campus do Itaperi da Universidade Estadual do Ceará (UECE) que além dos fins acadêmicos, atendem e tratam de diversos animais, como cachorros, gatos, aves, répteis, animais silvestres, entre outros.

Muito se tem feito para resolver esses problemas, tanto por parte do governo como de ações voluntárias, a ONG ABRACE cuida de cerca de 30 animais em um canil e mais outros que se encontram em abrigos temporários, e todos eles são mantidos a custo de cerca de uma dúzia de voluntários e contam com apoio de algumas clínicas que oferecem desconto no tratamento dos animais.

Em relação às medidas públicas, o governo gastou … em campanhas de vacinação em massa de doenças como a raiva e leishmaniose e tem investido em hospitais veterinários, em Fortaleza temos o Hospital Veterinário Prof. Sylvio Barbosa Cardoso, localizado no campus do Itaperi da Universidade Estadual do Ceará (UECE) que além dos fins acadêmicos, atendem e tratam de diversos animais, como cachorros, gatos, aves, répteis, animais silvestres, entre outros.

“Esse centro de zoonose é mantido exclusivamente pelo governo, nós somos 

SUS, e como tal ele não paga medicina animal, isso quer dizer que não podemos cuidar de animais aqui, e sim cuidar de doenças que são interferem na saúde humana.”

Uma medida que o Doutor Lúcio Bolt afirmou que poderia ajudar no controle dos animais seria a implantação de um chip de que contivesse dados  da localização do bicho, nome do proprietário, endereço e se estivesse com as vacinas em dia. “Nem o estado nem o município têm procurado fazer iniciativas a respeito, e eu particularmente acho uma coisa fácil de fazer, é infinitamente mais barato fazer isso do que gastar milhões com vacinação em massa e num hospital como esse, ia ter menos animais soltos, não faltavam vacinas em certos postos enem soro anti rábico, simplesmente baseado em controle e em educação. Tem estados que já fazem isso como São Paulo e Rio Grande do Sul, basta boa vontade política.”

Apesar de muita coisa ser de responsabilidade do governo, é necessário que haja conscientização por parte da população em relação a levar os animais para ser vacinados ou castrados e se comprometer a cuidar de um animal de estimação para evitar situações de abandono. Os animais também são seres vivos e não uma coisa ou objeto, muitos necessitam de cuidados e de carinho.

 

 

 

Um dos cirurgioes gerais do Hospital, Lúcio Bolt, diz que é inquestionável que o aumento dos animais de rua é um problema de saúde pública e que uma das funções do médico veterinário, além de cuidar de animais domésticos como cães e gatos, é preservar a saúde da população nas cidades. Como citado anteriormente, são várias as doenças que são transmitidas dos animais para o homem, que podem ser contraídas através um mosquito que pique um bicho contaminado e em seguida o homem e até por carrapato, pulgas, formas de peste, formas de parasitas cardio- vascular respiratório, entre outros. Segundo o veterinário Lúcio Bolt “esses ciclos são bastante importantes porque muitas zoonoses podem ser evitadas”, zoonoses são justamente essas doenças dos animais transmissíveis para o homem.

 

No entanto, não existe um controle rigoroso dos animais, não se tem dados exatos de quantos animais estão em situação de abandono ou vacinados. Desde 2008, a famosa carrocinha não existe mais, que era um veículo que passava nas ruas para resgatar animais abandonados e transferi-los para um abrigo para que pudessem ser adotados, e o Centro de Controle de Zoonose de tornou Centro de Vigilância, porém não possui qualquer controle sobre os animais, trabalhando somente com vacinação, prevenção de doenças e eutanásia de animais em estado terminal, como declara o veterinário Francisco Barroso, responsável pelo setor da raiva do CVZ da Maraponga

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Sentir pena dos animais em situação de rua é fácil, fazer algo a respeito disso é a parte complicada. Existem diversas ONGs e projetos que atuam nesse segmento e ajudam a tratar os animais que estão abandonados e, muitas vezes, precisando de cuidados. A ABRACE (Amigos e Benfeitores Reabilitando Animais no  Ceará) é uma ONG fundada por protetores independentes de animais que realizam o resgate e o tratamento de animais de rua. Os cerca de dez voluntários atuam sem ajuda financeira e arcam com as despesas da organização com o seu próprio dinheiro.

Entre resgate, exames, cuidados médicos, remédios e abrigo, a Abrace se responsabiliza por tudo que o animal precisar até chegar ao seu novo lar. A ONG, no entanto, não é um abrigo e sim um centro de adoção que abriga temporariamente os animais que são resgatados. Os custos para os cuidados de apenas um animal podem chegar a até R$ 1.200,00 (mil e duzentos) reais.

Cristiane Angélica

Fundadora da Abrace

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1.  Que tipo de incentivo financeiro vocês têm para manter a ABRACE?

 

Nós não temos incentivos financeiros. Na verdade a ABRACE é mantida exclusivamente por um grupo muito pequeno de voluntários. Quando a ABRACE surgiu, os voluntários que faziam recolhimento de animais nas ruas e faziam a recuperação deles, tinham muita dificuldade, porque não tinha um local em que esse animal ficasse até a adoção. Então, foi aí que nós nos reunimos e fizemos uma parceria entre nós para manter trinta cães em estado de adoção, em situação em que podiam ser adotados nesse canil que nós temos hoje. É um canil que só cabem trinta animais prontos para a adoção. Não é abrigo, é um centro de adoção. Mas o que mantém, atualmente, é a contribuição de pouquíssimos voluntários, eu diria que são dez voluntários que pagam todas as contas e um bazar que a gente faz quando há ações de pessoas que são simpatizantes da causa. Esse bazar é quem mantém também as nossas contas físicas. Nós pagamos aluguel do local, uma funcionária, água, luz, ração e veterinário. Os custos fixos por mês ficam em torno de seis mil reais com trinta cães.  A ABRACE não tem só trinta cães, nós temos animais hospedados em lares temporários aos quais nós geralmente pagamos um valor para a pessoa que cuida deles nesse período para a ajuda de custo - juntamente com ração e veterinário -, e os animais especiais ficam em uma clínica parceira também, pagando a hospedagem deles, dando alimentação e tudo mais. Então esses custos sobem muito. E quem mantém esses custos são realmente só os voluntários. Não há nenhum apoio. A ABRACE não recebe nada de Governo, nem de Prefeitura, nem de empresa. É apenas exclusivamente desses poucos voluntários.

Entrevista

2.  Existe o resgate de animais de rua? Como ele é feito?

O resgate de animais em situação de rua e estado de abandono, nós fazemos. Só que, atualmente, não estamos mais fazendo resgates porque não estamos podendo bancar esses custos. Quando se resgata um animal, supondo que ele esteja “apenas” abandonado ele é levado à uma consulta médica veterinária, é feito um exame básico de hemograma, apesar de às vezes precisarem ser feitos exame de função hepática, ultrassom e, se for um animal atropelado, precisa ser feito um raio-x. Todos esses exames têm que ser pagos em espécie e não há desconto, porque as clínicas veterinárias que são nossas perceiras tercerizam esses serviços. Então pagamos os preços normais. Um hemograma custa em torno de 45 a 50 reais, cada raio-x custa 90. Função renal e função hepática, sobem junto com o hemograma para quase 90 reais. Então fora a consulta, que temos desconto de 50% nas clínicas parceiras, a entrada de um animal, apenas a entrada dele na clínica, sai em torno de 200 reais. Com as diárias, com o andar da carruagem, um animal desse que fica internado na clínica por cerca de 10 a 15 dias, nos custa em torno de 1000 a 1200 reais, o que está tornando inviável para nós fazermos resgates por enquanto. 

3.  Quais as condições de abrigo dos animais resgatados?

 

Os animais resgatados ficam “hospedados” no canil já totalmente recuperados, prontos para a adoção. Os animais quando estão em tratamento, em recuperação, ficam na clínica internados até poderem ir ou para um lar temporário ou para o canil, quando tem vaga. Atualmente, a ABRACE ampara cerca de 200 animais. Os 30 do canil, mais os 170 que ficam divididos em lares temporários, sob os cuidados de voluntários nossos. Às vezes eles se encontram em ponto de de abandono em rua mesmo, e a gente arca com ração, medicação e castração e faz esse trabalho. Então é muito pesado, muito complicado. Mas o Centro de Adoção, que a gente chama de ponta do iceberg, é o local em que ficam os animais que já estão prontos para a adoção.

 

5.  Quais medidas poderiam ser tomadas pela população par evitar a maioria dos casos que são trazidos para a ABRACE?

 

Primeiro: Só adote um animal se você realmente puder manter um animal. Para manter um animal, você precisa dar uma alimentação adequada, dar as vacinas, porque a gente encontra muitos animais abandonados na rua com sinomose, uma doença terrível que debilita o animal, podendo lhe deixar com sequelas, o que muitas vezes inviabiliza a adoção. É preciso se conscientizar. Quer ter um animal? Quer criar um animal? Tem que manter aquele animal com alimentação, com vacina, sem acesso à rua, para que o animal não fuja. Que ele saia sempre acompanhado porque aquela famosa “voltinha” causa um atropelamento, o animal acaba se desorientando, indo para outro local e virando animal de rua. E o principal: castrar o animal para evitar essa procriação desenfreada. Cães e gatos precisam ser castrados. Não tem isso de “ah eu quero cruzar meu cachorro/meu gato para ver os filhotinhos”, isso é o que causa essa situação de abandono, toda essa miséria que a gente vê. Para ajudar as pessoas precisam cuidar dos animais em suas casas, não abandonando, denunciando maus tratos aos animais e castrando seus animais.

E Cristiane ainda alerta:

 

Abrigo não resolve o problema de abandono de animal. O abrigo, muito pelo contrário, ele estimula. As pessoas acham que podem abandonar os animais porque tem para onde eles irem. O futuro seria não existir abrigos para animais, e sim existirem pessoas conscientes e responsáveis com os seus animais, com os animais com os quais se comprometem a criar. E evitar que esses animais gerem crias indesejáveis, porque não tem lares para todos. Na verdade a gente faz uma campanha contra abrigos. Abrigo não resolve, estimula o abandono. A gente precisa estimular é a posse responsável, a conscientização das pessoas de que elas, sim, são responsáveis pelos animais que elas pegam e não podem estar jogando a responsabilidade nem sobre as costas dos protetores - que eles acham que são obrigados a receber o abandono deles, porque gostam de animais -, ou esperar que o Governo faça o que é responsabilidade de cada um. Isso é o que a gente pensa e é assim que a gente trabalha.

O PROBLEMA DA SAÚDE PÚBLICA

O tema é polêmico, mas não pode ser ignorado pois para onde você olhar é possível ver um olhar vago, a falta de identificação e o andar desolado: animais abandonados estão por toda parte. E eles podem sim ser um grande problema de saúde pública. 

Âncora 1

© 2017 Animias Abandonados / Feito por Alunos da Disciplina de  Jornalismo Investigativo  Wix.com

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